quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Idade Média? Não!!! Portugal no Século XXI!

«No dia de carnaval, os organizadores "caçam" um gato na rua e metem-no num cântaro de barro, onde fica fechado até à hora da festa. Depois, no largo da aldeia, há um mastro forrado com palha, e o cântaro é elevado por cordas, até ao cimo do pau altaneiro. No fim do desfile do carnaval é lançado o fogo ao mastro, que queima a palha e depois a corda que segura o cântaro. O púcaro de barro cai e desfaz-se em mil cacos. É então que o gato, sentindo-se livre, corre desnorteado, tendo ainda à perna foliões mascarados que o perseguem, alguns de paus e tenazes na mão, tentando apanhá-lo.», in Dn Online, 23/01/2008.

«(...) "A minha avó morreu com 90 anos e sempre falou no cântaro de barro com o gato lá dentro. Acho que a tradição deve manter-se fiel ", diz Augusto Henriques, funcionário da Junta de Freguesia de Campia.», Idem.

Pois com certeza! E queimar bruxas no largo principal da vila? Também era giro... Ou apedrejar algum pecador, tradição por tradição...



«(...)a tradição "tem o presidente da junta de freguesia como um dos organizadores, o presidente da câmara concorda, o padre abençoa a festa e todos os que vêem, calam e consentem".», Idem.


Ora, nem mais!


«(...)"Não somos fundamentalistas. Aqui não matamos nem mutilamos ninguém", responde Carlos Duarte, o presidente das festas de carnaval em Campia, para o biénio 2008/2009. "Não há violência e o gato não sofre nada de mal. Há 15 anos, foi um dos meus para o cântaro, e nada lhe aconteceu. Apareceu em casa logo no fim da festa", acrescenta o dirigente da festa (...)», Idem.


(esperem um bocadinho que eu vou ali rebolar-me no chão a rir e já venho, está bem?)


Dizem os senhores organizadores que este ano não haverá gato na púcara, "para não criarmos e alimentarmos mais polémicas", mas por via das dúvidas, e só para que saibam, já está a circular um abaixo-assinado para ver se estes senhores ganham juízo.


A ANIMAL, por seu lado, e passando a citar, "já tomou providências e enviou um ofício a todas as autoridades regionais e locais com uma denúncia formal dos referidos planos para a prática de um acto que, além de tremendamente cruel, é ilícito, com uma exposição sobre a ilicitude de um acto desta natureza e o seu enquadramento legal (nomeadamente quanto às sanções legalmente previstas para o mesmo), e requerendo a estas mesmas autoridades que accionem os meios necessários para impedirem esta barbárie que está publicamente anunciada."


Não sei se ria ou se chore... Haja paciência para a estupidez dos Homens!

6 comentários:

Van Dog disse...

pois, também não sei o que diga...

pintas com pinta disse...

Honestamente como é possivel... Às vezes penso k ainda estamos no sec.XII antes de cristo (e acho k ai não havia tanta estupidez??). Mas digo-vos uma coisa a mim só me apetece mmo chorar qdo leio estas coisas - e pessoas a concordar ainda é mais chocante...

Anónimo disse...

Eu tb li essa noticia no JN e fiquei chocadíssima!!!!Pensei logo, porque não vai um deles para dentro do cântaro?? Até podiam fazer um com as suas medidas, para n ser tão apertadinho, e eu teria todo o gosto em ir lá dar com um pau para no final ver se essa pessoa tb se ria!
Enfim....as pessoas desta país cada vez me deixam mais triste.

miká disse...

Oi
Eu estou de pleno acordo. As barbaries contra os animais têm k acabar de vez e penso k já está + k na hora de se fazer algo bem badalado para k sirva de exmplo áqueles k ainda teimam manter 1 tradição k já não é o k era.
Contem comigo.
Jokas do Coração.
Miká

Anónimo disse...

Em tempos passados, matava-se gente em nome de Deus e hoje, felizmente isso já passou a história. Campia teve como outras terras portuguesas o seu quinhão nos costumes como outros povos. Claro que como ser humano até a mim me revoltaria, mas, aqui está o ponto alto: vamos manter a fábula na mira dos otários. Este ano calculamos uma grande afluencia com maquinas de todo o tipo para fazer registo. A pessoa que levantou a lenda é por natureza, sexualmente frustada, o que, explica o enredo. Agradeçemos apesar de não gostarmos das palavras depreciativas com que somos brindados, mas sabemos que dar a conhecer a nossa região tem custos.Há vários anos que este costume acabou sem que alguma vez se tivesse morto algum gato ou alguma vez tenha saído mutilado. Chamarem-nos de parolos e cabecinhas de vento para alem de medievais, dá a entender que somos o terceiro mundo ou quiçá, o quarto. Amigos, nada temos a ver com o Bin Laden nem sequer pretendemos aderir a qualquer tipo de radicalismo. Campia vive no século 21 e é uma terra hospitaleira com Industrias, Comercio, Cultura e Agricultura, e com bons costumes. Sejam benvindos ao nosso Carnaval e fiquem a saber que o cantaro vai lá estar. Já agora, e dedicado a maior parte dos cinicos que escrevem e criticam: Preocupem-se com a vossa consciencia e menos com a vossa fachada. Olhem tambem as crianças necessitadas e cumpram com os mandamentos da lei de Deus. Um abraço a todos e bom Carnaval

Bixus disse...

Caro Anómino,

seja muito bem vindo.
Para a próxima deixe-nos o seu nome ou nick, para um tratamento menos formal.

O seu comentário causou-me alguma surpresa, confesso.
Começo por lhe dizer que não temos, nem queremos ter, nada a ver com a vida pessoal e amorosa de cada um! Nós não somos de intrigas!
Não percebi a analogia ao Bin Laden... Nem porque utilizou o susbstantivo fábula... Não estamos aqui a falar de nenhum conto tradicional, de ficção ou mitológico; estamos a falar de uma suposta "tradição" real. E quanto à lição moral a tirar da estória... bem, é melhor nem irmos por aí.

Depreendo, pelas suas palavras, de que não gostou do termo "medieval"...
Sabe, na altura não me ocorreu outro para definir um "costume" que fecha um animal num cântaro, o amarra no cimo de um poste, faz arder palha em redor do poste até que o cântaro com o animal lá dentro caia no chão (de que altura, já agora?) e, como se tudo isto não bastasse, o animal ainda fosse perseguido com paus e outros "apetrechos" por um bando de "gajos porreiros".
Bem, até me ocorreram adjectivos diferentes para qualificar este "costume", mas se não gostou de medieval não iria gostar, com toda a certeza, dos outros.

Agradeço, ainda, o convite para visitar o vosso Carnaval, mas vou ter que recusar. Não gosto muito de gente com a cara tapada, dá-me medo...
Quanto ao cântaro, encham-no de vinho, sempre seria mais agradável e a festa mais animada.

Volte sempre e Bom Carnaval para si e para os seus.

Susana